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terça-feira, 24 de maio de 2011

IGREJA, RESPOSTA DE DEUS AO CLAMOR DO POVO !!!

Nos últimos duzentos anos da história humana, avançamos em todos os campos do conhecimento científico-tecnológico, mais do que nos últimos 2000 anos. Os avanços experimentados em tantos segmentos, não foram suficientes para dar conforto interior a milhares de pessoas. Em muitos países do mundo, vemos ainda índices de suicídio elevados, taxas de criminalidade crescentes, crises e conflitos sociais como o desemprego, pobreza, e fome.

Podemos concluir, que vivemos em tempos difíceis que foram profetizados, em II Timóteo 3:1-5 pelo apóstolo Paulo, nas seguintes palavras: “1Lembre disto: nos últimos dias haverá tempos difíceis. 2 Pois muitos serão egoístas, avarentos, orgulhosos, vaidosos, xingadores, ingratos, desobedientes aos seus pais e não terão respeito pela religião. 3 Não terão amor pelos outros e serão duros, caluniadores, incapazes de se controlarem, violentos e inimigos do bem. 4 Serão traidores, atrevidos e cheios de orgulho. Amarão mais os prazeres do que a Deus; 5 parecerão ser seguidores da nossa religião, mas com as suas ações negarão o verdadeiro poder dela. Fique longe dessa gente!” (NTLH).

Nas palavras proféticas de Paulo, acerca dos tempos finais, concluímos que a humanidade avançou no conhecimento geral, e regrediu em seus conceitos morais e principalmente em seu relacionamento com Deus. O profeta Isaías vislumbrou os dias de hoje e disse em Isaías 33: 9 “A terra geme e desfalece; o Líbano se envergonha e se murcha; Sarom se torna como um deserto, Basã e Carmelo são despidos de suas folhas.”

Qual o remédio para uma sociedade em crise moral e espiritual? Qual a solução para um mundo que clama por alívio, por paz e solução para os seus conflitos? O salmista aqui nos dá a resposta: “Anunciai entre as nações a sua glória, entre todos os povos, as suas maravilhas”. Meu irmão, a Igreja de Cristo é a resposta para os povos que clamam. A Igreja de Cristo é a resposta de Deus, para um mundo que está em crise moral.

PORQUE A IGREJA DE CRISTO É A RESPOSTA DE DEUS AO CLAMOR DOS POVOS?

1. Porque através da Igreja, o mundo conhecerá a glória de Deus: “Anunciai entre as nações a sua glória…”.
Nosso grande objetivo, nossa grande missão, meu irmão, é anunciar a glória de Deus as nações. O mundo precisa conhecer a glória de Deus. Gostaria aqui, de fazer algumas considerações.

Primeiro, entendamos o que é a glória de Deus. A glória de Deus está associada à majestade e o brilho que acompanham a revelação da presença e do poder de Deus. Aqui, quero levar você a lembrar da experiência de Isaías com a glória de Deus, no capitulo 6, de seu livro. No ano 640 a.c, em que o rei Uzias morreu, Isaías tem uma visão. Nesta visão ele vislumbra Deus sentado num alto e sublime trono em sua expressão máxima de sua glória. Enquanto em Jerusalém haviam disputas pelo poder, instabilidade, conflitos sociais e desordem, pelo fato do trono de Uzias está vazio, Isaías vê que o trono celestial permanece ocupado. Deus estará sempre em seu trono, seu governo será eterno.

Isaías fica fascinado com esta visão da glória de Deus. Ele cai em si. E conclui: “Ai de mim! Estou perdido! Pois os meus lábios são impuros, e moro no meio de um povo que também tem lábios impuros….”. Ao ver Deus em seu trono de glória, Isaías entende que é apenas um pecador. Aprendemos aqui, algo importante: QUANDO UM HOMEM PRESENCIA UMA MANIFESTAÇÃO DA GLÓRIA DEUS, HÁ UM RECONHECIMENTO DE SUA CONDIÇÃO PECAMINOSA. A glória de Deus nos faz entender quem somos. Somos pecadores que carecem da misericórdia do nosso Deus.

Quando Isaías reconhece o seu pecado, Deus envia um de seus serafins com uma brasa que tinha sido tirada do altar. (verso 6). Este anjo toca na boca do profeta. Há aqui, duas coisas importantes: Primeiro. Deus está purificando o profeta. O fogo é visto como uma ação purificadora do Espírito Santo. Isaías precisa ser purificado porque sem santidade, sem pureza em sua vida, sem consagração, sem separação para o serviço, ele não poderia falar e anunciar a mensagem de seus para os seus compatriotas. Segundo. Após ter sua vida e seus lábios santificados com brasa, Isaías está em condições de ser um porta voz de Deus para sua nação.

Vejo na história relatada neste capitulo, quatro momentos importantes na vida de Isaías:

1) visão da glória de Deus.

2) sentimento de reconhecimento do estado pecaminoso.

3) a ação santificadora de Deus.

4) a chamada divina e o envio.

Após ter sua vida transformada sobrenaturalmente e experimentado o poder santificador de Deus Isaías ouve do Senhor: “A quem enviarei? Quem há de ir por nós?” Deus está aqui, despertando Isaías para a importante tarefa de anunciar sua mensagem para Israel.

Aqui, faço menção a um detalhe importante: não podemos ser mensageiros de uma verdade não experimentada. Não podemos ser porta vozes de uma glória não testemunhada, não sentida, não vivida. Não podemos dar a outros d’aquilo que nunca tivemos. Deus então, permite ao profeta vê-lo em seu trono de glória. E esta experiência permite que Isaías fale de uma glória que ele mesmo experimentou em sua vida. Quero sua atenção para um principio importante, que aqui passo a clarear: A IGREJA DO SENHOR, ANUNCIARÁ AS NAÇÕES UMA MENSAGEM A RESPEITO DA GLÓRIA DE DEUS, QUE RESULTE DE SUA PRÓPRIA EXPERIÊNCIA COM DEUS. O que quero dizer, é que as nações precisam ser alcançadas por uma glória de Deus, que também nos alcançou. Portanto, meu irmão quando você dizer a alguém algo do tipo: “veja a glória de Deus”, o que espera-se de mim e você é que também tenhamos em nossas vidas a mesma experiência.

Há ainda outro aspecto a tratar acerca da glória de Deus. Este tem a ver com o fato, que precisamos aprender a perceber a revelação dessa glória em nosso cotidiano. Era isto que Jesus queria ensinar a Marta e Maria. Em João 11, verso 3, as duas irmãs de Lázaro mandam dizer a Jesus: “Senhor, o seu querido amigo Lázaro está doente!”. O que viam neste cenário, Marta e Maria? Viam a glória de Deus? Não. Enxergavam apenas a enfermidade. Viam a situação como a maior parte de nós vê. E a verdade, meu irmão é que nós vemos nossas crises, problemas, conflitos e dores de forma limitada. Vemos geralmente pelo pior ângulo. O ângulo da incredulidade, da impossibilidade e da murmuração. Porém, Jesus estava presente naquele momento da vida de Marta e Maria, e queria ensiná-las a ver as suas crises e calamidades de um novo modo. Em sua resposta a Marta e Maria, no verso 4 Jesus demonstra essa nova forma de ver uma crise ou enfermidade: “Esta enfermidade não é para morte, e sim para a glória de Deus,…”. Jesus estava ensinando a Marta e Maria, que elas precisavam aprender a enxergar como a glória de Deus se manifesta por meio de nossos conflitos humanos. Aprenda você também a ver nos momentos difíceis de sua vida Deus se revelando em sua glória.

Ao se deparar com um problema difícil, ore assim: “Senhor, me ensina a ver a tua glória nesta situação”. Tenho certeza que Deus não negará a nenhum de nós, experiências diárias e cotidianas com a sua glória. AS NAÇÕES NÃO ALCANÇADAS, INTERPRETAM OS SEUS CONFLITOS PELO PIOR ÂNGULO POSSÍVEL. E por isso, a Igreja do Senhor é a resposta para o clamor dos povos, porque temos experimentado seguidas manifestações da glória de Deus em nós, e precisamos compartilhar isto com outros, para que estes aprendam a ver a glória de Deus através de seus conflitos e crises.

2. A igreja de Cristo é a resposta ao clamor dos povos, porque através dEla, o mundo verá as maravilhas do Senhor: “…entre todos os povos, as suas maravilhas.”
O salmista está dizendo, que a Igreja anunciará também “…entre todos os povos as suas maravilhas…”. Quero definir o termo “maravilhas”. No grego a palavra é: dunamiv (dunamis). Dunamis pode ser traduzido como poder, força ou habilidade para realizar milagres. Estamos então falando de sinais milagrosos realizados por Deus.

Em êxodo 4, após ter recebido de Deus a ordem para comandar o êxodo dos israelitas no Egito, Moisés questiona Deus dizendo: “Mas, os israelitas não vão acreditar em mim, nem dar atenção ao que eu falar e vão dizer que o Senhor não me apareceu”. Deus então manda Moisés pegar o seu bastão e jogá-lo no chão. Inexplicavelmente, acontece um milagre. O bastão transforma-se em cobra (cap.4:4). Deus realiza ainda, nos versos seguintes outros milagres. Mas preste atenção ao que Deus diz a Moisés no verso 5: “Faça isso para provar aos israelitas que o Senhor, o Deus dos seus antepassados, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó apareceu a você”.

O que concluímos com estes versos? Moisés deveria anunciar a mensagem de Deus a Faraó. E este anúncio seria acompanhado por maravilhas e sinais. E estes sinais comprovariam que Deus estava ao lado de Moisés.

Jesus foi claro ao dizer em Marcos 16:17,18 que “Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem: em meu nome, expelirão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhes fará mal; se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados.”

Mas, é neste ponto da nossa reflexão que desejo lhe questionar. Você tem visto ultimamente, muitos sinais operados por Deus através de sua vida? Talvez, alguns de nós, honestamente concluiremos que não. Certamente somos levados a concluir, que hoje observamos uma visível redução da manifestação de milagres como aqueles que Jesus realizava, como mortos que ressuscitavam, paralíticos que andavam.

Talvez você pergunte: Será que Deus mudou sua maneira de agir com relação a milagres? Acredito que não. Nós é que mudamos nossas atitudes. A diminuição de milagres em sua vida ou até a ausência, pode ser explicada pela ausência de vida consagrada e santa no altar no Senhor. Precisamos aqui, lembrar das palavras de Josué ditas ao povo no capítulo 3:5, quando ele e os israelitas estavam diante do rio Jordão, e precisavam de um milagre para atravessar o rio: “Disse Josué ao povo: Santificai-vos, porque amanhã o Senhor fará maravilhas no meio de vós…”.

A escassez de milagres na vida de muitos crentes resulta da ausência de um projeto de vida, dirigido para busca de santidade. Santifique-se meu irmão, porque somos a resposta de Deus para os problemas desta geração, e precisamos pedir ao Senhor que evidencie sinais e maravilhas entre todos os povos ainda não alcançados.

Em alguns momentos de nossas vidas, precisamos confrontar o poder maligno, por meio de sinais e maravilhas. Quem não se lembra do confronto de forças entre Elias e os 400 profetas de Baal? O povo estava dividido entre o Deus de Elias e o deus dos 400 profetas. Mas, foram sinais milagrosos realizados por Deus, diante daquela multidão dividida, que provaram aos indecisos e aos de coração dividido que Deus é Senhor absoluto e soberano.

Temos visto, muitos operadores de milagres trabalhando para o maligno, por meio de uma semeadura incessante de engano. Destronemos satanás destes corações seduzidos por falsos milagres e sinais, e peçamos a Deus, que derrame em nossas vidas um novo tempo de manifestações de sinais e maravilhas.

CONCLUSÃO
Entenda que Deus projetou a sua vida para que você seja um instrumento dEle em um plano de salvação daqueles que estão perdidos. Porém, é preciso saber se você tem se colocado nas mãos do Senhor como um vaso nas mãos do oleiro. Será que Deus pode contar com você? Será que você pode falar como Isaias, que disse: “eis-me aqui Senhor, envia-me a mim”.

Que Deus continuem lhes abençoando !!!
Rui Lima

A IGREJA E A FAMÍLIA!!!

Gn 1.27,28

Da família é dita que é a Célula Mater de uma sociedade. É onde tudo começa. Não existe igreja sem famílias, não existe organização social sem família. Isto porque a família foi criada por Deus, é um projeto de Deus.E o diabo sabe disto pro isso ataca ferozmente a família.

A igreja deve ser o agente de Deus na preservação e defesa da família e dos valores familiares. E como a igreja deve desempenhar este papel e ser esta fortaleza para as famílias?

1. Sendo o de agente de denúncia
Cabe a igreja o papel de denunciar o ataque sofrido para que seus integrantes não venham a se amoldar ao padrão que é imposto pela sociedade atual. Este papel deve ser exercido com mansidão e amor, mas sem permitir que sua mensagem seja comprometida.

2. Sendo o de lugar de orientação
Ser uma alternativa de formadora de opinião, este é outro papel fundamental da igreja. O ideal de uma família que busca viver em união, deve ser buscado continuamente , não apenas através de mensagens pregadas, mas de todas as formas possíveis. E ai vem o nosso Ministério da Família, sob a direção do Pr. Ednaldo e equipe, promovendo os Encontros de Casais, as ações que realizaremos no mês de maio junto as famílias de nossa igreja, os estudos da EBD, as orientações aos nossos jovens e adolescentes e etc.

3. Sendo um lugar de restauração
Em um clima de ataque, os feridos devem encontrar na igreja uma oportunidade para recuperarem suas forças e serem tratados. Cabe aos integrantes da igreja a tarefa de proporcionarem o ambiente de refúgio e cura.A aqui a Família que foi atingida nesta batalha espiritual e moral precisa ser amparada e não condenada, amada e não desprezada. Sejamos pois agentes de consolação, reconciliação e restauração familiar.

Valorize a sua família. Veja sua família como o bem mais precioso que você tem. Participe da nossa EBD e receba do Senhor as ferramentas necessárias para conservar, fortalecer , e edificar e , em alguns casos, salvar sua família.

Que Deus continue lhes abençoando!!!
Rui Lima

NOVA FAMÍLIA !!!

Minha nova família, a Igreja

Alguma vez você já se ausentou de casa por bastante tempo? Você já teve de ir morar com outra família, devendo assim cumprir os horários deles, assumir o estilo de vida deles, participar dos divertimentos deles e se encaixar na forma deles?

E você, que acabou de se tornar um cristão? Você pensou que estivesse em casa. Agora você é peregrino e estrangeiro em terra estranha. Você estava à vontade, dirigindo a sua própria vida; agora Cristo habita em você, e você é um servo. O evangelho tocou o seu coração e o seu mundo virou às avessas.

Uma das tentações prediletas de Satanás é procurar desviar o novo cristão de Cristo por meio das reclamações da sua velha família, o mundo. "Você mudou; deixou de ser engraçado; você não gosta mais da gente", dizem. Você é diferente. Como você lida com a pressão ao retornar para a sua velha família?

A resposta é que você tem uma nova família que está ansiosa para preencher as suas necessidades geradas por abandonar a velha família.

1- As necessidades emocionais. Todo cristão precisa de um mentor, ou de vários mentores. Não alguém para dar permissão, mas um conselheiro com quem compartilhar e se relacionar. Um colega para dar uma força. Uma linha direta de amizade 24 horas. Um irmão cristão que compreende e está pronto e é capaz de te orientar. Esse é o papel de sua nova família, a igreja.

2- As necessidades físicas. Às vezes as pessoas aceitam melhor o evangelho quando estão passando por problemas financeiros ou físicos. A sua pobreza material é um reflexo e um lembrete de sua incapacidade espiritual. Embora a igreja não seja uma instituição de alívio humanitário, desde os dias de Jerusalém, os necessitados vêm sendo ajudados. Não precisamos criar ou manter uma sociedade à parte para cuidar disso. A verdadeira igreja é sensível às verdadeiras necessidades de seus membros (Atos 4:32). O novo cristão não precisa ser tentado a recorrer à velha família, o mundo, quando precisar de apoio material.

3- As necessidades sociais. A hípica, o barzinho, a danceteria, as diversões ímpias S tudo isso preenche as necessidades sociais. As pessoas gostam de estar em companhia de outras pessoas. Mas, como novo cristão que acabou de sair do mundo, você pode satisfazer as suas necessidades sociais com os seus novos irmãos. Todos nós devemos ser "hospitaleiros" (1 Pedro 4:9). Convide outros cristãos para ir à sua casa, para sair a jantar, para ir a um estudo bíblico. Aceite o convite deles para tais atividades. Faça o possível para se envolver com a sua nova família.

4- As necessidades espirituais. Sem sombra de dúvidas, essas são as suas necessidades mais importantes. Não são preenchidas ao acaso. Faz-se necessário um tratamento sistemático para que haja crescimento e desenvolvimento. Reunir-se com os santos regularmente é a cola que o ajudará a ficar bem pertinho de Cristo enquanto o mundo tenta atrair a sua atenção. Nas reuniões, você encontra uma casa segura. Adorar "em espírito e em verdade" (João 4:23) produzirá o impulso necessário para te segurar até a próxima reunião. Os cristãos maduros dedicam-se para proporcionar um ambiente edificante e alegre na assembléia. Brigar por besteira e ficar reclamando não cabem para uma assembléia que celebra e reflete o espírito do nosso Salvador.

5- O estudo bíblico seqüencial. Como novo cristão, você precisa ser instruído de acordo com a sua capacidade e experiência. Embora você deseje um estudo aprofundado de Apocalipse ou um curso de grego, os princípios básicos devem vir primeiro. A igreja o ajudará a conhecer vários tópicos básicos e ajudá-lo a crescer e amadurecer (Hebreus 5:12-14).

6- Participação. A sua nova família está tentando conduzir você e outros novos cristãos a uma vida de serviço e não a uma carreira de esquenta-banco. Saiba que terá de assumir deveres e responsabilidades.

O estudo bíblico individual. Ainda que a igreja o incentive a estudar, você tem que tomar a iniciativa. Se não estudar a Bíblia sozinho, qualquer cristão chegará rapidamente a um patamar espiritual, onde ficará estacionado. O seu estudo deve ser motivado não por um anseio de conhecimento, mas por um desejo de agradar a Deus.

Coopere com a sua nova família para criar um ambiente em que os amigos cristãos possam crescer, prosperar, multiplicar-se e agradar a Deus. À medida que a obra for realizada, Deus é glorificado e o reino se expande. O nosso objetivo é para não perder nenhum membro da família na jornada daqui até a eternidade.

Que Deus continue lhes abençoando !!!
Rui Lima

sábado, 21 de maio de 2011

A IMPORTÂNCIA DOS DONS ESPIRITUAIS !!!

Nesta publicação vamos estudar sobre a impotância dos Dons Espirituais:

1. É o Espírito Santo quem realiza as manifestações sobrenaturais dos dons (1 Co 12.11a). Os dons não podem ser "usados" quando bem queremos. É Deus, por seu Espírito, que nos usa, e isto quando bem quer. Há muitos que tentam usar a Deus. Fico surpreso quando pregadores e ensinadores cristãos "mandam" que os seus ouvintes falem em línguas. Falamos em línguas quando queremos, ou nos é concedido falar pelo Espírito (1 Co 12.7)? Certa vez um irmão me falou que tinha recebido o dom de línguas. Para comprovar o fato me disse: "recebi sim o dom de línguas, olha aqui..." e começou a falar em línguas (um negócio realmente muito estranho). Numa igreja batista em J. Pessoa-PB, apareceu uma certa irmã tentando dar aulas de como falar em novas línguas. Tem até um padre na internet que ensina a falar em língua (CLICK AQUI). Demos aqui o exemplo do dom de línguas, mas nenhum outro dom pode ser manipulado por quem quer que seja. Pode-se manipular pessoas, mas não os verdadeiros dons espirituais aqui tratados, que manifestam-se eventualmente, inesperadamente e imprevisivelmente;

2. A concessão dos dons espirituais não está fundamentada nos méritos humanos (1 Co 12.11b, 18). É o Espírito que distribui os dons, a cada um, como bem quer (soberanamente). Cargos e funções na igreja podem ser concedidos pelos líderes por amizade, paternalismo, politicagem, interesses pessoais etc., mas o Espírito não age assim. Ele é santo e reto. Não se barganha com o Espírito, nem ninguém pode comprá-lo;

3. Os dons espirituais não nos tornam melhores do que ninguém (1 Co 12.10-27). O dons espirituais não são um atestado de boa conduta, nem transforma o caráter cristão. Apesar da manifestação dos dons na igreja de Corinto, uma série de problemas de ordem moral, familiar, eclesial etc. lá aconteciam. Os portadores dos dons espirituais não são crentes de primeira classe, nem devem se vangloriar pelos dons, pois são concedidos para a edificação pessoal e da igreja (1 Co 14.4) mediante a graça e a misericórdia de Jesus;

4. O dom de línguas (assim como os demais) não é concedido pelo Espírito a todos (1 Co 12.30). Resolvi enfatizar a concessão do dom de línguas, pela importância extremada que ele recebeu no meio pentecostal assembleiano. Temos pelo menos três maneiras de entender o que Paulo quiz dizer com: "Falam todos em outras linguas?". A primeira, é afirmar que nem todos poderão ser batizados com o Espírito Santo e por isso não falarão em outras línguas. A segunda, é dizer que as pessoas que falaram em línguas por ocasião do batismo e não mais voltaram a falar, negligenciaram o dom (é a forma mais comum de interpretar o fato). A terceira, entende que todos poderão ser batizados com o Espírito Santo, evidenciando-se tal batismo pela manifestação de línguas (At 2.1-13, 37-39; 8.14-19; 10.44-48). Neste caso, muitos só falaram (ou falarão) em línguas por ocasião do batismo, mas por não terem simultaneamente ou posteriormente recebido o dom de "variedade de línguas", nunca mais falarão. Particularmente, prefiro essa terceira hipótese por entender que se alinha melhor ao contexto da concessão dos dons.

5. O dom de profecia é mais útil e superior ao dom de línguas (1 Co 14.1-5). Deixemos que o próprio texto bíblico no fale: "Segui o amor e procurai, com zelo, os dons espirituais, mas principalmente que profetizeis. Pois quem fala em outra língua não fala a homens, senão a Deus, visto que ninguém o entende, e em espírito fala mistérios. Mas o que profetiza fala aos homens, edificando, exortando e consolando. O que fala em outra língua a si mesmo se edifica, mas o que profetiza edifica a igreja. Eu quisera que vós todos falásseis em outras línguas; muito mais, porém, que profetizásseis; pois quem profetiza é superior ao que fala em outras línguas, salvo se as interpretar, para que a igreja receba edificação." É triste e lamentável ver na igreja irmãos serem tidos por "menos" espirituais por não falar em línguas, ou não falar línguas em público. Haja ignorância e desconhecimento dos ensinamentos bíblicos! Por outro lado, há milhares de crentes que falam em línguas, ou manifestam algum outro dom do Espírito, que tratam mal a mulher e os filhos, são arrogantes, caloteiros, invejosos, maldizentes, com terríveis falhas de caráter e etc. Parecem ser espirituais, mais é somente "fachada". Não se espante. Saul, mesmo reprovado por Deus ainda profetizou (1 Sm 15.22-28; 19.20-24). Muitos que aparentam ter algum nível de espiritualidade, não são, nem serão conhecidos do Senhor (Mt 7.22-23);

6. O batismo com o Espírito Santo não é prerrogativa para se receber todos os dons espirituais (1 Co 1.1-7). A não ser no caso do dom de variedade de línguas (por questões lógicas e óbvias da Teologia Pentecostal), entendo que os demais dons de manifestação do Espírito não necessitam do batismo com o Espírito Santo para atuarem na vida do crente salvo (alguns declaram que para interpretar as línguas é necessário ser batizado com o Espírito Santo). Na vida de milhares de servos de Deus os dons de manifestação do Espírito estão presentes por se crer em sua atualidade, sem que todos estes sejam batizado com o Espírito Santo. O pastor Antonio Gilberto, comentando a lição bíblica do 2º Trimestre de 2009, afirma que Daniel tinha o dom da palavra da sabedoria (Dn 1.17; 5.11, 12; 10.1), em Eliseu operava o dom da palavra da ciência (2 Rs 5.25, 26) e em Aías (1 Rs 14.1-8), Moisés, Elias, Eliseu e inúmeros outros servos de Deus tinham o dom de operação de maravilhas (Js 10.12-14; Jo 6; At 8.6, 13; 19.11;). Eram Moisés, Daniel, Elias, e Eliseu batizados com o Espírito Santo, para que estes fenômenos através de suas vidas se manifestassem? Certamente você conhece irmãos e irmãs, servos e servas de Deus (das mais variadas igrejas, inclusive tradicionais) que manifestam em suas vidas alguns dos dons de manifestação do Espírito, sem serem batizados com o Espírito Santo (revestimento de poder evidenciado pelo falar em outras línguas).

7. A biblicidade dos dons (At 17.11). Nenhuma tradição, credo ou teologia está acima da verdade revelada nas Santas Escrituras. Nenhum ensino doutrinário e teológico dever ser recebido passivamente, sem a devida análise crítica e investigação, considerando os princípios da boa e saudável hermenêutica bíblica.

8. A não exclusividade dos dons (1 Co 12.4-6). Nenhuma denominação evangélica é detentora dos direitos e privilégios exclusivos da manifestação do Espírito, que opera tudo em todos.

9. A disponibilidade dos dons (1 Co 13.31 e 14.1). Nenhum crente salvo deve se privar destas bençãos e de ser uma benção, antes, deve buscar com zelo os melhores dons, e assim conhecer um caminho ainda mais excelente.

O estudo, o desejo e a busca pelos dons espirituais devem ser uma constante na vida dos filhos de Deus.

Que Deus continue lhes abençoando!!!
Rui Lima

CONCEITO DE CULTO CRISTÃO !!!

Conceituar "culto cristão" será o primeiro passo em direção ao presente estudo. Vários pesquisadores, estudiosos e teólogos já propuseram as suas definições. Observemos algumas delas: “[...] é o encontro da comunidade com Deus” (KIRT, 1993, p. 12 apud FREDERICO, 2005, p. 20)

A definição acima implica que Deus é quem convida o seu povo a se reunir em dia, horário e local determinado. Dessa forma, Frederico (idem) declara que “se é Ele quem convida, temos certeza de que Ele não faltará a este encontro: ‘onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, ali estarei (Mt 18.20)’”.

Por conseguinte, ainda segundo a autora, o culto não é:

- Uma reunião qualquer, como a de uma associação de moradores de um bairro, em que as pessoas interessadas discutem os problemas comuns ou planejam diversas atividades para o bem do grupo ou da organização;

- Um show, como se vê na televisão, com atrações variadas, apresentações pessoais e coletivas, com um apresentador famoso tentando ganhar pontos no Ibope através de seu desempenho, diante de seus espectadores passivos e satisfeitos com a programação;

- Um momento para se prestar homenagens a personalidades, nem para comemorar e celebrar qualquer data comemorativa do calendário secular;

- Uma obrigação semanal, onde a ausência no mesmo pudesse implicar em algum tipo de punição ou cobrança;

- Uma reunião secreta, repleta de mistérios, envolta em ritos não-compreensíveis, embora possa haver cerimônias que não sejam entendidas por aqueles que não frequentam com regularidade a comunidade cristã local.

Outras definições de culto podem ser encontradas em White (2005, p. 14-24). Em sua intenção de examinar as várias maneiras como os pensadores cristãos falam sobre culto, em seu estudo comparativo, entendeu que a melhor maneira de se entender o significado de um termo é observando-o em seu uso cotidiano. Dessa forma, foram observados os posicionamentos de pensadores protestantes, ortodoxos e católicos. Para White, as variações do uso do termo não se excluem, antes, ao se sobreporem, cada uso acaba acrescentando novas percepções e dimensões, se complementando.

Escrevendo a partir da tradição metodista, o professor Paul W. Hoon contribuiu de maneira bastante significativa através de seu livro The Integrity of Worship, publicado em 1971, afirmando que o culto cristão se relaciona diretamente com os eventos da história da salvação. Cada evento nesse culto está ligado ao tempo e a história enquanto cria pontes para eles e os traz para o nosso atual contexto. O culto seria um lugar onde Deus age para dar sua vida ao ser humano e para conduzir o ser humano a participar dessa vida. Haveria certa interação entre Deus e o homem, onde o primeiro comunicaria seu próprio ser ao ser humano, tendo por parte do segundo uma atitude responsiva. Entre o homem e Deus estaria Jesus Cristo, a auto-revelação do Pai e aquele por quem o Pai recebe nossas emoções, palavras e ações.

Peter Brunner (apud WHITE, p.15-17), teólogo luterano, em sua obra Worship in the Name of Jesus, usa o termo alemão Gottesdient, que tem conotação com o serviço de Deus aos seres humanos, e com o serviço dos seres humanos a Deus. Brunner cita Lutero, que acerca do culto disse: “que nele nenhuma outra coisa aconteça exceto que nosso amado Senhor ele próprio fale a nós por meio de sua santa palavra e que nós, por outro lado, falemos com ele por meio de oração e canto de louvor”. Para Brunner há uma dualidade no culto encoberta por um foco único, que é a ação divina em se nos doar quanto em instigar nossa resposta às suas dádivas graciosas.

Evelyn Underhill, anglo-católica, em seu clássico estudo Worship em 1936, afirmou que “o culto, em todos os seus graus e tipos, é a resposta da criatura ao Eterno.” Outras características do culto cristão seriam o seu condicionamento pela crença cristã, pela crença sobre a natureza e a ação de Deus resumidas no dogma da trindade e da encarnação e em seu caráter social e orgânico, o que faz do culto um empreendimento coletivo, e nunca solitário.

O professor ortodoxo Georg Florvsky, enfatizou que “O culto cristão é a resposta dos seres humanos ao chamado divino, aos prodígios de Deus, culminando no ato redentor de Cristo”. Para ele, como cristão precisamos da comunidade, visto que a existência cristã é essencialmente comunitária. O culto seria uma das manifestações da vida cristã comunitária, onde em resposta à obra de Deus passada e presente, manifestações de louvor e adoração sinalizam um grato reconhecimento pelo grande amor e pela bondade redentora de Deus.

As idéias de Florvsky foram reforçadas por um outro teólogo ortodoxo, Nikos A. Nissiotis, através da declaração de que “O culto não é primordialmente iniciativa do ser humano, mas ato redentor de Deus em Cristo por meio do seu Espírito”.

O “culto cristão”, sob uma perspectiva pentecostal, poderia ser definido como: O ajuntamento solene da Igreja, com fins de adorar a Deus mediante a liturgia, associada aos elementos comuns de cada cultura popular ou denominacional, aberto a livre manifestação da ação e dos dons do Espírito com decência e ordem (1 Co 14.26, 40).



OS TERMOS UTILIZADOS PARA DEFINIR “CULTO”

Na Bíblia encontramos alguns termos usados para definir “culto”. São eles:

- ‘abida – Termo hebraico que originalmente significava trabalho, ritual, adoração. Os usos dessa palavra em Esdras se referem ao trabalho feito na reconstrução do templo em Jerusalém (Ed 4.24; 5.8; 6.7),bem como as atividades em geral de sacerdotes e levitas, as quais, em associação com o ritual e a adoração espiritual (Ed 6.18), constituem serviço a Deus (Ex 3.12; Dt 6.13; 11.13; Sl 100.2).

- Latreia – Substantivo grego, usado nas diversas situações de um trabalho ou serviço assalariado. Posteriormente foi incorporado à prática cristã de cultuar, ou seja, prestar um serviço a Deus, adorá-lo (Mt 4.10; Rm 12.1).

- Proskunein – Termo grego que no AT significava “curvar-se”, tanto para homenagear homens importantes e autoridades (Gn 27.29; 37.7-10; I Sm 25.23), como para adorar a Deus (Gn 24.52; 2 Cr 7.3; Sl 95.6). No NT denota exclusivamente a adoração que se dirige a Deus (At 10.15-26; Ap 19.10; 22.8-9).

- Leitourgia – A palavra é originária do grego. Literalmente, significa serviço público (leitos=público, Ergon=trabalho). Conforme Andrade (Manual da Harpa Cristã, p. 19)

Na Antiga Grécia, o termo era usado para designar uma função administrativa num órgão governamental. Desde sua origem, por conseguinte, a liturgia tem uma forte conotação com o serviço que os súditos devem prestar ao rei. O termo passou, com o tempo, a designar o culto público e oficial da Igreja Cristã. Hoje, é definido como a forma pela qual um ato de adoração é conduzido.

Esses termos nos ajudam a perceber a natureza e o caráter do culto cristão.

FUNDAMENTAÇÃO BÍBLICA DO CULTO NO ANTIGO TESTAMENTO

É no Antigo Testamento que encontramos as primeiras referências ao culto:
O Culto na Família (Gn 4.1-5; 26; 8.18-21; 13.1-4; Ex 12.1-21; Dt 6.4-9; 11.18-21). As primeiras narrativas bíblicas que envolvem o culto se dão na família. Em Gênesis 4.3-5 lemos sobre o culto na dimensão pessoal, onde o que cultua, aquele que é cultuado e o elemento oferta estão presentes. Este primeiro episódio nos ensina um princípio que vai nortear todo o culto no Antigo Testamento, e que servirá de base para o culto no Novo Testamento: A aceitação do culto depende primeiramente daquilo que o Senhor percebe na vida (interior e exterior) daqueles que prestam o culto (Is 1.10-17). Da vida pessoal, o culto no Antigo Testamento avança para a vida familiar (Ex 12.1-21), comunitária e nacional. A rigidez cerimonial é marcante a partir deste período.

O Culto no Tabernáculo (Ex 25-40). Com a construção do tabernáculo, em pleno deserto, Deus começa a preparar o povo para um culto no nível comunitário, com elementos e uma liturgia marcada por muitos elementos simbólicos. Além dos cultuadores, do cultuado e das ofertas, temos agora presente um espaço litúrgico definido, e os ministros/sacerdotes com uma função mediadora. No Pentateuco vamos encontrar também o estabelecimento de várias festas cerimoniais, que possuem um papel comemorativo e pedagógico, visto que lembram eventos passados e que servem de base para a exortação das novas gerações (Lv 23).

O Culto no Templo (2Sm 7.1-17; I Rs 6-8). Já estabelecidos na terra prometida, é sobre o reinado de Davi que a construção do templo é idealizada (1 Cr 22.6-19). Com o templo, um sistema de organização é estabelecido para que em nada o culto seja prejudicado. Neste sistema estão presentes os levitas (1 Cr 23), os sacerdotes (1 Cr 24), os cantores (1 Cr 25), os porteiros (1 Cr 26) e os tesoureiros (1 Cr 26.20-28).

O Culto na Sinagoga. Não encontramos menção no Antigo Testamento sobre o culto na sinagoga. Conforme Packer, Tenney e White Jr. (1988, p. 82): “O mais provável é que os judeus exilados criaram a sinagoga quando se reuniam para orar, cantar, e discutir a Tora enquanto viviam em terras estranhas. Depois que voltaram do Exílio, fizeram da sinagoga uma instituição formal”.

Observamos desta forma, que o sistema cúltico no Antigo Testamento se tornou ao longo dos séculos bastante organizado, complexo e formal. Percebe-se ao longo da narrativa bíblica, que quanto mais o povo se afastava de Deus, menos significativo ficava o culto. Esse descaso do povo para com Deus, sua Palavra e o culto culminou com a destruição do próprio templo (2 Rs 25.8-18).
 
FUNDAMENTAÇÃO BÍBLICA DO CULTO NO NOVO TESTAMENTO

O culto no Novo Testamento recebeu forte influência da sinagoga, assimilando muitos de seus elementos, para posteriormente estabelecer uma característica própria. Não encontramos no Novo Testamento nenhum manual litúrgico ou tratado sistemático sobre o culto cristão. Apesar disso, Harpprecht (1998, p. 120-121) nos aponta três relevantes passagens a seu respeito:

- Mt 8.20: “Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles”. Nesse texto se destacam a acessibilidade livre e generosa do Senhor Jesus, que se permite ser encontrado pela comunidade cristã onde e quando quiser, além da comunidade reunida em seu nome ser p sinal por excelência da presença de Deus entre nós.

- 1 Co 11.24 e 25: “e, tendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim”. Reproduzindo as palavras de instituição da Ceia, Paulo nos escreve oferecendo mais um aspecto da fundamentação bíblica para o culto cristão: Deus quer que sua comunidade se encontre com ele. Para possibilitar tal desejo, um rito foi instaurado.

- At 2.42-47: Esse texto descreve sucintamente a vida da igreja em Jerusalém, onde se pode observar o destaque dado ao ajuntamento dos crentes e ao partir do pão, indicando que a celebração da Ceia era um ato cúltico bastante frequente: “Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singileza de coração [...]” (v. 46).

As condições iniciais da formação da Igreja, associada à falta do espaço litúrgico cristão, fizeram que com as reuniões fossem celebradas nas casas (At 2.46b; 16.40; 20.20; Rm 16.5; I Co 16.19; Cl 4.15, etc.), nos pátios do templo judaico (At 2.46b), às margens de rios (At 16.12-15) e em prisões (At 16.25).


DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DO CULTO CRISTÃO

O desenvolvimento histórico do culto cristão é descrito por Gonzalez (1980, vol. 1, p. 151 a 154), que nos informa do fato de que é através de uma série de documentos antigos preservados até hoje, que temos a possibilidade de saber como os antigos cristãos celebravam a comunhão. Algumas características comuns formaram parte de todas as reuniões de comunhão.

A comunhão era uma celebração. O gozo e a gratidão era uma característica presentes nos cultos. A comunhão era celebrada em meio de uma refeição, onde cada um trazia o que podia. Após compartilharem os alimentos, oravam pelo pão e pelo vinho. No princípio do século segundo, possivelmente em razão das perseguições e das calúnias que circulavam acerca das “festas de amor” dos cristãos, a comunhão passou a ser celebrada sem a refeição em comum. Tal fato não fez cessar o espírito de celebração das primeiras reuniões.

É ainda por esse tempo, que o culto de comunhão constava de duas partes. Na primeira liam-se e comentavam-se as Escrituras (culto homilético), faziam-se orações e cantavam-se hinos. A segunda parte do culto começava geralmente com o ósculo (beijo de cumprimento) santos da paz. O pão e o vinho eram trazidos para frente e eram apresentados a quem presidia. Em seguida, era pronunciada pelo presidente uma oração sobre o pão e o vinho, na qual se recordavam os atos salvíficos de Deus e se invocava a ação do Espírito Santo sobre o pão o vinho. Depois se partia o pão, os presentes comungavam, e se despediam com a benção. A esses elementos comuns, em diversos lugares e circunstância, acrescentavam-se outros.

Nesta época, só podia participar do culto quem tivesse sido batizado. Os que vinham de outras congregações podiam participar livremente, sempre e quando estivessem batizados. Aos convertidos que ainda não tinha recebido o batismo, era concedido assistir à primeira parte do culto, que consistia das pregações e orações. Após esse momento, se retiravam antes da celebração da comunhão propriamente dita.

Desde muito cedo surgiu também o costume de celebrar a comunhão nos lugares onde estavam sepultados os fiéis já falecidos. Esta era a função das catacumbas. As catacumbas eram cemitérios e sua existência era conhecida pelas autoridades, pois não eram apenas os cristãos que tinham tais cemitérios subterrâneos. Mesmo que em algumas ocasiões os cristãos tinham utilizados algumas das catacumbas para se esconder dos perseguidores, a principal razão pela qual se reuniam nelas era que ali estavam enterrados os heróis da fé. Acreditava-se que a comunhão unia, não apenas os crentes vivos e mortos entre si, mas também ao Senhor Jesus Cristo, e aos seus antepassados na fé. No caso dos mártires, existia o costume de se reunir junto a suas tumbas no aniversário de sua morte para celebrar a comunhão. Esta seria a origem da celebração das festas dos santos, que em geral se referiam, não aos seus natalícios, mas sim às datas de seus martírios.

A Igreja, como já observamos, se reunia principalmente nas casas. Com o crescimento das congregações, algumas casas foram dedicadas exclusivamente ao culto cristão. Assim, por exemplo, um dos mais antigos templos cristãos que se conserva, o de Dura-Europo, construído antes do ano 256, parece ter sido uma casa particular convertida em igreja.

A história da igreja teve como um dos seus grandes marcos a conversão de Constantino. No que se refere ao seu impacto sobre o culto cristão, continuaremos a citar Gonzalez (idem, vol. 2, p. 37 a 39), que nos informa que até a época de Constantino o culto cristão tinha sido relativamente simples. No princípio os cristãos se reuniam para adorar em casas particulares. Depois começaram a se reunir em cemitérios, como as catacumbas romanas. No século terceiro já havia lugares dedicados especificamente para o culto.

Após a conversão de Constantino o culto cristão começou a sentir a influência do protocolo imperial. Foi introduzido o incenso, utilizado até então no culto ao imperador. Os ministros que oficiavam no culto começaram a usar vestimentas litúrgicas ricamente ornamentadas durante o mesmo, em sinal de respeito pelo que estava tendo lugar. Surge também o costume de iniciar-se o culto com uma procissão.

Em razão das comemorações dos aniversários da morte dos mártires celebrando a ceia no lugar onde ele estava enterrado, posteriormente foram construídas igrejas em muitos desses lugares. Sem demora as pessoas passaram a pensar que o culto teria significado especial se celebrado em uma dessas igrejas, por causa da presença das relíquias do mártir, ou seja, de parte do seu corpo ou objeto que lhe pertenceu. Os mártires começaram a ser desenterrados para colocar seu corpo – ou parte dele – sob o altar de várias das muitas igrejas que estavam sendo construídas. Simultaneamente, algumas pessoas começaram a afirmar que tinham recebido revelações de mártires, além de lhes atribuir poderes miraculosos. A veneração e a adoração aos santos nascem destas práticas.

As igrejas construídas no tempo de Constantino e dos seus sucessores, nada tinham em comum com a simplicidade dos primeiros espaços litúrgico. Constantino mandou construir em Constantinopla a igreja de Santa Irene, em honra à paz. Helena, sua mãe construiu na Terra Santa a igreja da Natividade e a do Monte das Oliveiras. Muitas outras foram construídas nas principais cidades do Império. Essa política foi seqüenciada pelos sucessores de Constantino. Seguindo a prática dos imperadores romanos, quase todos eles tentaram perpetuar sua memória construindo grandes obras, no caso aqui, igrejas suntuosas. Praticamente todas as igrejas construídas por Constantino e seus sucessores mais imediatos desapareceram. Documentos por escrito e restos arqueológicos nos restaram para formarmos uma idéia da planta comum destes templos. E como padrão estabelecido no século IV perdurou por muito tempo, outras igrejas posteriores, que existem até os dias de hoje, ilustram o estilo arquitetônico da época.

A forma típica das igrejas de então, porém, é chamada “basílica”, e já era usado para designar os grandes edifícios públicos e privados – que consistiam principalmente de um grande salão com duas ou mais filas de colunas. Uma vez que tais edifícios serviram de referência e modelo para a construção das igrejas nos séculos quarto e seguintes, estas receberam o nome de “basílicas”.


CORRESPONDENTES DO CULTO CRISTÃO NA TRADIÇÃO CATÓLICA

Conforme já observado, as mudanças acontecidas nos primeiros séculos da história da igreja influenciaram não somente a estrutura dos templos, como também a liturgia do culto. É exatamente neste período que se desenvolve a missa com todo o seu ritual e elementos litúrgicos, que enfatizaram a estética e a pompa dos cultos, não sendo suficientemente capazes de manterem a verdadeira espiritualidade da adoração à Deus.
Segundo Champlin (1991, vol. 4, p. 303), o termo missa vem do latim. Comumente aplicado à eucaristia [termo derivado do grego eucharistia, “agradecimento”, passou posteriormente a significar a cerimônia da ceia, por parte do catolicismo ocidental. A origem do nome é incerta, mas os eruditos supões que vem das palavras latinas, Ite, missa est, “Ide, estais despedidos”, que o diácono pronuncia no fim da cerimônia [...].

O fundamento teológico católico para a missa, resume-se nas palavras do Concílio Vaticano II:

Por ocasião da última Ceia, na noite em que foi traído, nosso Salvador instituiu o sacrifício eucarístico de seu corpo e de seu sangue. Ele fez isso para perpetuar o sacrifício da cruz através dos séculos, até que ele volte, tendo confiado à sua amada Esposa, a Igreja, um memorial de sua morte e ressurreição, um sacramento de amor, um sinal de unidade, um vínculo de amor, um banquete pascal no qual Cristo é consumado, a mente é cheia de graça e nos é dada uma garantia de glória futura (Concílio Vaticano II apud CHAMPLIN, idem).


O CULTO CRISTÃO E A HERANÇA REFORMADA

A Reformar Protestante pode ser caracterizada por uma mudança na doutrina, na vida e no culto. Lutero proclamava a rejeição da missa romana, dentre outras razões, pelo fato de contradizer a sã doutrina e enaltecer a mera formalidade do culto, desassociando-o do seu verdadeiro propósito.

A missa no papado deve ser considerada a maior e mais horrível abominação, porque ela entra em conflito direto e violento com o artigo fundamental [de Cristo e fé]. Contudo, acima e além de todas as outras, ela tem sido a suprema e mais preciosa das idolatrias papais [...] Visto que tais abusos múltiplos e indescritíveis tenham surgido em toda parte pela compra e venda de Missas, seria prudente passar sem a Missa, mesmo que não fosse por outro motivo senão o de cortar tais abusos (LUTERO, 1647, cap. XV.iii apud GOFREY, 1999, p. 156).

Assim como Lutero, João Calvino censurou veementemente a prática da missa romana:

Quando Deus levantou Lutero e outros, que ergueram uma tocha para nos iluminar a entrada ao caminho da salvação, e que, por seu ministério, fundaram e ergueram nossas igrejas, estavam em parte obsoletos aqueles cabeçalhos doutrinários nos quais está a verdade da nossa religião, aqueles nos quais a salvação dos homens está inclusa. Mantemos que o uso dos sacramentos estava de várias maneiras viciado e poluído. E mantemos que o governo da Igreja estava convertido numa espécie de tirania infame e insuportável (CALVINO, 1960, p. 167 apud GOFREY, 1999, p. 157).

A partir da Reforma Protestante, com o advento do denominacionalismo, surgido em razão de divergências doutrinárias, o culto cristão passou a ter dentro de cada denominação evangélica, uma liturgia própria, influenciada por fatores culturais e doutrinários. Apesar desta diversificação litúrgica, o culto cristão geralmente contém os seguintes elementos; a oração, a música, a leitura da Bíblia, o ofertório, a explanação da palavra e a bênção apostólica.


LITURGIA DO CULTO CRISTÃO NAS IGREJAS PENTECOSTAIS

Nas igrejas pentecostais o culto cristão, nas suas variadas formas, dependendo da finalidade do mesmo (oração, doutrina, ação de graças, Santa Ceia, Ordenação de Obreiros, etc), a principal característica é a livre manifestação dos dons espirituais e das expressões espontâneas da comunidade.

Basicamente, as reuniões acontecem da seguinte forma:
- Abertura com uma oração realizada pelo dirigente do culto, ou por alguém por ele delegado;
- Cântico de hinos do hinário oficial (Harpa Cristã);
- Cânticos de hinos por grupos, conjuntos musicais, corais e solistas;
- Leitura Bíblica, feita com a congregação em pé, seguida de oração;
- Recolhimento dos dízimos e das ofertas, geralmente acompanhado por um cântico;
- Pregação ou ensino da Palavra, costumeiramente seguido de apelo;
- Agradecimentos e avisos gerais;
- Oração final;
- Bênção apostólica;

Os elementos acima nem sempre seguem a sequência descrita, podendo ter diversas variações dependendo da denominação e da região onde o culto é celebrado. Não há uniformidade rígida na liturgia pentecostal.


MODISMOS LITÚRGICOS INTRODUZIDOS NO CULTO CRISTÃO PENTECOSTAL

A negligência para com o ensino teológico promoveu alguns males nas igrejas pentecostais, dentre as quais as Assembleias de Deus, onde a vulnerabilidade para modismos doutrinários, teológicos e litúrgicos é notória. Observemos uma breve lista que envolve algumas inovações (ou imitações do movimento neopentecostal):

- Cultos de “milagres” (inclusive nos círculos de oração) com nomes ou desafios específicos (As fogueiras santas, As voltas em Jericó, A travessia do Mar Vermelho, Os mergulhos no Rio Jordão,etc.);

- Os cultos semanais da vitória, da conquista, do milagre, da restituição, etc. (mera imitação do que acontece na Igreja Universal do Reino de Deus e em outras semelhantes);

- As determinações e decretos nas orações públicas (teologia e liturgia triunfalista);

- O modismo do "eu profetizo" e do “eu determino” dos pregadores e nas pregações;

- A vergonhosa barganha dos dízimos e ofertas, fundamentada na teologia de alguns televangelistas que difundem a distorcida teologia da prosperidade e da vitória financeira com as suas semeaduras descabidas, com o cínico propósito de manter status e impérios pessoais em nome da pregação do Evangelho.

CONCLUSÃO
Apenas uma fundamentação genuinamente bíblica, associada ao propósito de somente glorificar a Deus, pode estabelecer, promover e restaurar o verdadeiro culto critão, e no caso aqui, os praticados nas igrejas pentecostais, e de forma mais específica, nas Assembleias de Deus no Brasil.

Que Deus continue lhes abençoando!!!
Rui Lima

USADOS PELO ESPÍRITO SANTO !!!


"Havia na igreja de Antioquia profetas e mestres: Barnabé, Simeão, por sobrenome Níger, Lúcio de Cirene, Manaém, colaço de Herodes, o tetrarca, e Saulo. E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando, e orando, e impondo sobre eles as mãos, os despediram. Enviados, pois, pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre. " (Atos 13.1-4)

A chamada de Paulo e Barnabé para a obra missionária é um grande referencial para nós na atualidade. Observemos alguns princípios:

- E, servindo eles ao Senhor e jejuando

Paulo e Barnabé já estavam envolvidos com várias atividades na igreja, antes de serem comissionados para a obra missionária. Já testemunhei a "chamada" de pessoas para obra que não estavam envolvidos com nenhuma atividade na greja local, além de estarem acomodados em relação aos estudos e trabalho secular.

Há muitos na igreja querendo trabalhar em tempo integral apenas visando segurança e estabilidade financeira. Os homens e as mulheres de Deus que ao longo da Bíblia e da história foram chamados para grandes obras, estavam envolvidos com atividades diversas na igreja ou fora dela (Êx 3:1-10; Jz 6.:1-14; 1 Sm 16.1-13; Mt 4.:8-22, e etc). Deus chama trabalhadores para a sua obra, e não preguiçosos e acomodados.

Eles jejuavam com regularidade. Paulo e Barnabé eram mestres, que juntamente com os demais líderes e obreiros da igreja em Antioquia entendiam a importância espiritual do jejum. Oração e jejum são práticas necessárias para o equilíbrio entre intelectualidade e espiritualidade, saber e poder espiritual (Mt 6:16, 17:21, etc) .

- Disse o Espírito Santo

Nos dias atuais o Espírito Santo deixou de ser ouvido em muitas separações de obreiros e de líderes, para as mais diversas atividades na igreja. Quem "diz" agora, em muitos casos, não é mais o Espírito, mas as circunstâncias ou os interesses pessoais. A voz do Espírito está sendo sufocada, negligenciada e calada. A razão? Muitos dos que hoje são diáconos, presbíteros, evangelistas, pastores ou que exercem outras funções ou ministérios na igreja, nunca foram chamados e comissionados pelo Espírito, pois são escolhas de homens, feitas pelas mais diversas razões e interesses. Quem não é chamado pelo Espírito não servirá, não produzirá e não realizará a obra que apenas os vocacionados e capacitados por Ele podem realizar (Lc 4:18; At 10:38; 20:28, etc).

- Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado

No grego, a expressão "separai-me" (aforisate de moi), literalmente "separai para mim", nos revela que a separação para a obra missionária, ou para qualquer outro ministério e serviço é uma separação "para" o Espírito, ou seja, o separado está agora sob o cuidado, orientação e à inteira e plena disposição do Espírito (At 16:6-10; 20:22-24 e etc). Como é bom quando temos a convicção de que foi o Espírito quem nos enviou ou nos comissionou para realizarmos a sua obra(At 13:4).

PAULO E BARNABÉ NÃO BUSCAM E NEM ACEITAM A GLÓRIA HUMANA

"Em Listra, costumava estar assentado certo homem aleijado, paralítico desde o seu nascimento, o qual jamais pudera andar. Esse homem ouviu falar Paulo, que, fixando nele os olhos e vendo que possuía fé para ser curado, disse-lhe em alta voz: Apruma-te direito sobre os pés! Ele saltou e andava. Quando as multidões viram o que Paulo fizera, gritaram em língua licaônica, dizendo: Os deuses, em forma de homens, baixaram até nós. A Barnabé chamavam Júpiter, e a Paulo, Mercúrio, porque era este o principal portador da palavra. O sacerdote de Júpiter, cujo templo estava em frente da cidade, trazendo para junto das portas touros e grinaldas, queria sacrificar juntamente com as multidões. Porém, ouvindo isto, os apóstolos Barnabé e Paulo, rasgando as suas vestes, saltaram para o meio da multidão, clamando: Senhores, por que fazeis isto? Nós também somos homens como vós, sujeitos aos mesmos sentimentos, e vos anunciamos o evangelho para que destas coisas vãs vos convertais ao Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que há neles; o qual, nas gerações passadas, permitiu que todos os povos andassem nos seus próprios caminhos; contudo, não se deixou ficar sem testemunho de si mesmo, fazendo o bem, dando-vos do céu chuvas e estações frutíferas, enchendo o vosso coração de fartura e de alegria. Dizendo isto, foi ainda com dificuldade que impediram as multidões de lhes oferecerem sacrifícios." (At 14.8-18)
Assim como nos dias de Paulo, multidões diariamente desejam "sacrificar" aos pregadores da atualidade. A mentalidade idólatra é a mesma. O pior é que muitos aceitam e promovem o sacrifício a si mesmos. Em vez de impedir as multidões, incentivam as mesmas. Quanto mais idolatrados, mas gostam, mas querem, mais desejam.
Em plena sociedade do espetáculo, influenciados por uma cultura narcísica, muitos pregadores buscam ansiosamente pela glória do púlpito, pela fama, pela glória humana.

Os referenciais bíblicos são mais uma vez necessários, para que toda uma geração de novos pregadores possa retornar à palavra, tendo-a como modelo e referência para o ministério da pregação.
Observemos também o exemplo de Pedro:

"No dia imediato, entrou em Cesaréia. Cornélio estava esperando por eles, tendo reunido seus parentes e amigos íntimos. Aconteceu que, indo Pedro a entrar, lhe saiu Cornélio ao encontro e, prostrando-se-lhe aos pés, o adorou. Mas Pedro o levantou, dizendo: Ergue-te, que eu também sou homem." (At 10.24-26)

Pedro, o primeiro a pregar após o derramar do Espírito em Pentecostes, com um ministério marcado por curas e libertações, ao ser recebido pelo centurião Cornélio, foi adorado pelo mesmo, mas não alimentou tal atitude, pelo contrário, ordenou que se levantasse, pois era homem tanto quanto ele, falho imperfeito e limitado. Pedro entendia que era a graça de Jesus que operava por sua vida. Hoje, ao contrário de Pedro e Paulo, muitos pregadores buscam adoradores para si mesmos.

Que os pregadores, missionários, pastores e demais líderes da atualidade possam aprender com os grandes exemplos de Pedro e Paulo.

A RUPTURA COM BARNABÉ

"Decorridos alguns dias, disse Paulo a Barnabé: Tornemos a visitar os irmãos por todas as cidades em que temos anunciado a palavra do Senhor, para ver como vão. Ora, Barnabé queria que levassem também a João, chamado Marcos. Mas a Paulo não parecia razoável que tomassem consigo aquele que desde a Panfília se tinha apartado deles e não os tinha acompanhado no trabalho. E houve entre eles tal desavença que se separaram um do outro, e Barnabé, levando consigo a Marcos, navegou para Chipre. Mas Paulo, tendo escolhido a Silas, partiu encomendado pelos irmãos à graça do Senhor. E passou pela Síria e Cilícia, fortalecendo as igrejas." (Atos 15. 36-41)

Isso mesmo, Paulo e Barnabé se desentenderam e se separaram. Até homens de Deus se desentendem e se separam. Cada um seguiu o seu caminho. Qual dos dois foi o rebelde? Qual dos dois deixou de ser abençoado por Deus em razão da "divisão"? Qual dos dois era o menos espiritual?

Estou aqui fazendo apologia a qualquer tipo de desentendimento ou divisão? Deus me guarde disso! Sei que há na igreja milhares de divisões promovidas e mantidas por Satanás e seus demônios. Há ainda outras divisões, resultado do desejo cego de alguns homens pelo poder ou para tirar alguma vantagem pessoal da situação.

Há também divisões causadas e mantidas por uma vida de baixa moral e de péssimo testemunho por parte daqueles que fazem o "ministério" ou a "liderança". Há muitas igrejas que surgiram da ganância, da opressão e da arrogância de líderes inchados, sectários, pretensiosos, vaidosos e pedantes, que não respeitam o próximo, não sabem conviver com diferenças de opiniões, que não conversam e discutem, que tentam impor a força os seus caprichos ou pontos de vistas. A postura desses líderes, não apenas gera divisão, mas fomenta, alimenta e perpetua as já existentes.

A Bíblia nos recomenda: "se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens;" (Rm 12.18)

EM DIREÇÃO À...

Um outro fato notório nos dias atuais é a abertura de alguns trabalhos, por certos líderes que afirmam estar na direção do Espírito. É vergonhoso o qua acontece no Brasil, quando igrejas são abertas com o claro interesse de se ganhar dinheiro ou por mera competição. Todos os dias, inclusive noticiado em plena televisão, os "donos" de algumas igrejas anunciam que estão abrindo novos trabalhos para "abençoar o povo de Deus" e "ganhar almas para Jesus".

Minha pergunta é bem direta: Por qual razão tais ministérios e líderes só abrem trabalhos nas principais cidades do país, nos melhores bairros e avenidas? Por quais motivos não abrem os trabalhos nas regiões economicamente carentes, geograficamente distantes e missionariamente esquecidas? A resposta é que buscam visibilidade. Estão a procura de grandes e lucrativos "negócios". Isso mesmo, igreja, para muitos já virou negócio faz tempo e são abertas como se abre uma loja ou um comércio qualquer. Tudo é pensado "estrategicamente". A visão não é a do Espírito, é a empresarial. É bem provável que você já tenha sido convidado para congregar ou contribuir financeiramente na qualidade de "sócio" de um destes ministérios e líderes.

Antigamente, nas Assembleias de Deus no Brasil, o trabalho se iniciava em localidades onde não havia ainda igrejas ou crentes, geralmente na casa de algum irmão. Hoje, nas Assembleias de Deus, o trabalho é aberto em lugares onde já há muitos crentes, onde já existe uma igreja estabelecida, bem organizada e atuante. Uma Assembleia de Deus é aberta ao lado ou bem próxima de outra.

Grandes templos são construídos, por pura vaidade, competição ou para dar "o troco". Os templos monumentais voltaram a ser símbolos do poder de quem os constrói, monumentos erguidos à memória de seus edificadores:

"Disseram: Vinde, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo tope chegue até aos céus e tornemos célebre o nosso nome, para que não sejamos espalhados por toda a terra." (Gn 11.4)

"Ora, Absalão, quando ainda vivia, levantara para si uma coluna, que está no vale do Rei, porque dizia: Filho nenhum tenho para conservar a memória do meu nome; e deu o seu próprio nome à coluna; pelo que até hoje se chama o Monumento de Absalão." (2 Sm 18.18)

"falou o rei e disse: Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com o meu grandioso poder e para glória da minha majestade?" (Dn 4.30)

Precisamos de grandes espaços? Em alguns casos sim. Quanto isso acontecer, a construção não deve abusar do luxo.

Enquanto por aqui (nos grandes centros urbanos) dinheiro, energia e tempo são jogados no lixo pelo orgulho e vaidade humana, milhões no mundo não foram ainda alcançados pela obra missionária. Não ouviram a mensagem do Evangelho.

Que a direção do Espírito seja retomada por todos nós e urgentemente.

Que os princípios bíblicos voltem a orientar o nosso modelo de fazer missões.

Que o exemplo de abnegação, coragem, fé e poder de Paulo e Barnabé estejam presentes na vida de cada missionário.

Que Deus continuem lhes abençoando !!!
Rui Lima

UNIDADE !!!

Grande ironia. É justamente do projeto da torre de Babel que extraímos grande ensinamento para o “projeto de construção” da igreja. Aqueles queriam construir uma cidade com uma torre que chegasse até o céu. Pretendiam ficar famosos e se precaver de uma outra chuva forte, e põe forte nisso, que os espalhasse pelo mundo.

Vários erros de projeto: a pretensão de chegar ao céu, pois no céu a gente só chega levado por alguém que é do céu; a motivação de empreender para ter um nome, pois a gente não faz para ser, a gente faz porque é; e, a pretensão de correr para o céu para fugir da terra, pois o máximo que podemos fazer é trabalhar para a terra mais parecida com o que imaginamos seja o céu.
 
- Erros comuns ainda hoje.
Ainda tem gente achando que o reino de Deus é levado adiante pelo mérito e esforço humano, sem o concurso da graça de Deus; ainda tem gente que acredita que sua identidade depende de suas conquistas e realizações; e ainda tem gente cujo projeto de vida não inclui a terra, mas apenas o céu, isto é, não é um projeto de vida, é um projeto de morte.

Mas apesar dos erros, é em Babel que Deus se pronuncia revelando um dos maiores segredos do sucesso de qualquer empreendimento histórico e coletivo: “Essa gente é um povo só, e todos falam uma só língua. Isso que eles estão fazendo é só o começo. Logo serão capazes de fazer o que quiserem”. Unidade. Eis o segredo. Unidade no entendimento, no projeto, no processo, nos esforços. Talvez daí o mote dos militantes: “o povo unido jamais será vencido”. Semelhante ao que disse Jesus: “uma casa dividida contra si mesma não prospera”.

A fragilidade da igreja evangélica no Brasil, em boa medida, se explica daí. No lugar de unidade, dispersão; de cooperação, competição; de soma e multiplicação, subtração e divisão; de sujeição mútua, difamação; de uma só língua, muitos sonidos incertos; de um só coração e mente, muitas caras, e caras de gente que mente.
 
- Eis porque é imprescindível uma parada para ouvir novamente a voz de Deus:

Separar um tempo para reavaliar a identidade, a caminhada, as aspirações e os sonhos para o futuro. Desacelerar a agenda de atividades para abrir espaço para a reflexão e a devoção comunitária. Que igreja somos nós? Que igreja queremos ser? Aliás, que igreja Deus quer que sejamos? Em que fase estamos do projeto? Quem são os pares no empreendimento? Em que proporção caminhamos em unidade, falamos a mesma língua e rumamos na mesma direção? Quão informada está a caravana a respeito da viagem? Falamos todos a mesma língua? Enfim, estamos em unidade. Unidade com Deus, e unidade entre nós.

O fato é que estamos construindo uma igreja, uma igreja que carinhosamente chamamos Ibab. Mas o que caracteriza nosso “projeto de construção”? O projeto nasce de nossa identidade como filhos de Deus, súditos do rei Eterno, e mão de obra – cooperadores do grande projetista? O projeto é levado adiante sob a graça de Deus e a unção do Espírito? O projeto é uma expressão de fuga dos desafios da terra ou uma expressão de compromisso com a missão de Jesus e o reino de Deus?
 
- “A igreja é você quem faz”

Aqui, estamos construindo uma igreja. E não uma torre. Não queremos chegar no céu. Queremos chegar até os confins da terra para fincar bandeiras e declarar “o reino de Deus chegou”. Queremos ser um povo só, falando um só língua. E acreditamos que tudo quanto fizemos foi apenas o começo. Esperamos que Deus coloque em nossas mãos o que ainda falta do “projeto impossível” e faça de nós um povo capaz de fazer qualquer coisa.

Que Deus continue lhes abençoando!!!
Rui Lima